Vesúvio
Finalmente,
chegou a vez de opinar e descrever sobre uma das cidades italianas mais
polêmicas, incríveis, bela, porém com problemas sociais graves pelo índice da
pobreza, não desenvolvida economicamente como cidades de outras regiões.
Com um
aspecto tão relevante quanto as montanhas que fazem parte do cenário napolitano,
um deles marca o turista, ou seja, a permanente presença do Vesúvio, aquele
elevado que vemos por onde andemos, e, que possui um fascínio doentio até do seu
povo por ele. A cada ângulo lá está imponente, como que um grande corvo negro a
espiar.
Nos pareceu
algo ligado a um amor doentio, uma paixão, e ao mesmo tempo, certa esperança que
jamais vomitará suas lavras, seus gazes, suas cinzas, deixando para a eternidade
apenas a lembrança que um dia já foi mau.
Nápoles é
isso tudo. Um povo alegre, que já abrigou a máfia, e sua trajetória indica
tragédias, mitos, irreverências, trapaças o que podemos analisar que algo
herdamos deles por aqui. Concordam?
Pizza com
tomates
Cidade
ambígua que cedeu ao mundo Caruso, Sofia Loren, a pizza com tomates, e, foi casa
de imperadores como Augusto, Tibério, Plínio, Calígula, Virgílio.
Aos gregos
coube sua fundação A.C., uns setecentos e cinquenta anos aproximadamente, sendo
ocupada pelos normandos, germanos, espanhóis, e franceses, gradativamente pelos
séculos.
Nessa
miscelânea de povos ocupadores, vemos pela cidade a influência deles, da sua
cultura, arquitetura, costumes e tudo mais.
Piazza Plebiscito
Há locais a
indicar quando vier a Nápoles, ou seja, a Piazza Plebiscito (construída por
Bonaparte), Palácio Reale, Piazza Trento e Trieste, as vias Toledo e Roma. O
Museu Arqueológico outro local importantíssimo, tendo no acervo peças de 4 mil
anos A.C. outras gregas e romanas de grande valor quer histórico e cultural de 3
e 2 séculos A.C.
Daí vemos
como os napolitanos têm orgulho das suas origens, tradições, cultura, e, mesmo
com tragédias não abateram-se, procuraram imigrar, conservando em suas novas
pátrias tudo que herdaram na Pátria Mãe.
Galeria Umberto I
Vemos pelos
cantos da terra a vida pulsante dos descendentes italianos, que em bairros
específicos, como Santa Felicidade em Curitiba, em suas instalações
gastronômicas, mostram como influenciam na vida dos povos e nações que os
receberam de braços abertos.
No museu há
peças de incalculável valor artístico das culturas antigas em gemas gravadas, a
taça Farnese, o maior camafeu do mundo, demais peças resgatadas das ruínas de
Pompéia e Herculano, (os guias não nos levam a essa última) tão importante
visitá-la quanto Pompéia.
Taça Farnese
Ainda podem
ser vistos mosaicos, afrescos, esculturas, tudo dizendo como era o cotidiano
desse povo, até desaparecerem nas cinzas 70 A.C.
Há outros
museus não menos interessantes com peças de San Gennaro, colares com milhares de
diamantes e esmeraldas pertencentes ao padroeiro da cidade.
Uma pizzaria
famosa de Nápoles é a Michele, onde no filme Comer, Rezar e Amar, uma atriz
acabou com seu regime alimentar! Dizem ser um local simples, pequeno, porém sua
pizza é a mais comentada pelo sabor e forma de ser, úmida, crocante, e mesmo a
bebida servida em copos plásticos, não perde o glamour ao preço inferior a 10
euros.
Pizzaria Michele
Sobre a pizza
napolitana, bom lembrar o que nos ensinam. Dizem que como o trigo já era
conhecido pelos antigos povos fenícios, egípcios, gregos, turcos, hebreus, feita
a massa com trigo e água, fácil foi acrescentar ervas, alho, cebola ,peixes e
queijo.
O tomate foi
colocado após o descobrimento da América.
Não sabem
explicar porque passaram a usar os ingredientes acima da base e não no interior
da massa, como era comum nos outros alimentos com farinha.
O nome
Margherita dado a uma pizza, foi em homenagem a rainha de Savoia quando visitou
Nápoles, ao saber dessa iguaria. Um pizzaiolo, Esposito foi contratado,
existindo essa casa de alimentação até nossos dias e sob os cuidados dos seus
descendentes.
Esclareço que
o pratão de pizza na Itália é individual e a UNESCO pretende transformá-la em
Patrimônio Universal!
Entre tantos
relatos importantes, não estranhar a Piazza Garibaldi, por ser um local de
metrô, com ruelas estreitas e casario não cuidado, varais sobre as cabeças.
Porém logo
adiante estão as avenidas com lojas sofisticadas, elegantes e uma confeitaria, a
Pintauro, datada de 1785, com o carro chefe da empresa o doce sfogliatella de
massa fina tipo meio folhada, com recheio de ricota e baunilha, servido morno.
Doce sfogliatella
Há outros
doces igualmente saborosos regados com calda do lemoncello (siciliano).
Em se falando
de cultura, há teatros pela cidade e um dos mais importantes data de 1737,
construído antes do Scala de Milão e o La Fenice de Veneza, chama-se San Carlo.
Outros igualmente belos e interessantes: Napulitanata, Greco-Romano, Bellini,
Augusteo.
Sobre
Nápoles pode-se dizer que traz em suas raízes o povo é o que todos sabemos,
explosivos, de rompantes, amorosos, irrequietos, muitas vezes encrenqueiros, e
apaixonados eternamente pelo seu maior ídolo: O VESÚVIO! |