Numa cidade toda arborizada, onde o verde é seu ponto mais importante, convivem
pessoas com características e culturas diferentes.
No passado, abrigou aqueles que viviam em longínquos continentes com fartura,
felicidade, boa educação e cultura, bons empregos e muita fé, mas crises
econômicas, políticas, financeiras, ameaças de mudanças de regimes mais severos
e demais desencantos, os fizeram rumar para outras paragens.
Nesse tumultuado mundo que continua hostil, vivemos e convivemos, mostrando
força, talentos, criatividade, perseverança e fé, que dias melhores virão para
toda a humanidade.
Porém, nem tudo brilha como o Sol radioso de todas as manhãs que iluminam as
águas dos mares, as montanhas, as areias das praias e os coqueirais.
Hoje, o astro rei está escondido, envolto por grossas e escuras nuvens que
pesadas, lentamente caminham pelo céu cinzento.
Ao longe, nessa manhã tristonha, ouve-se o repicar dos carrilhões da igreja da
praça principal da cidade.
Não vemos os garotos das esquinas em seus malabarismos com bolas, bandeiras ou
pinos.
Não vemos vendedores de guloseimas, chaveiros, carregadores de celulares, óculos
ou minúcias contrabandeadas do exterior.
Como existem falsidades, sonegações, enganações nessas vendas mas, é preciso que
sobrevivam com seus familiares.
Daí diz-se: ─
Não estão roubando ou furtando!!!
Há várias interpretações quanto a isso, mas vamos pelo lado... humano.
Nas angústias e incertezas dessa fase triste porque passa nosso país e o mundo,
tudo que agora me vai na alma, é o orgulho pelos meus antepassados, de ser
brasileira e curitibana.
Espero poder partir um dia na doce paz, quando nosso planeta Terra estiver
diferente, onde a liberdade, justiça, segurança e abrigo sejam a prioridades, e
não mais existam países de primeiro e terceiro mundo, e, que crianças não
padeçam pela fome, sede e doenças.
Desejo que aqueles que hoje nos sufocam com suas atitudes ignorantes, com
agressividades, maldades, colocando-se acima de todos e de tudo, na irreverência
que nada teem a oferecer, mas extrapolam em críticas, sem oferecerem soluções.
Almejo como que em prece profunda, que não tenhamos tantos crepúsculos nas
ações, mas claridades em cada amanhecer, analisando todos que nas
resplandecências das estrelas ou no nostálgico instante das saudades, possamos
ouvir sinfonias da passarada.
Que não digam jamais que aqueles que escrevem com o coração nas mãos, sejam uns
lunáticos que vivem sonhando com um mundo de magias e emoções, mas saibam que
neles afloram expressivos sentimentos de muito amor e doação!
Nos singelos pactos entre palavras, frases e orações, vibram energias positivas,
sem lágrimas de dor mas de felicidades.
Esperemos que no plácido ambiente das alamedas quer de cravos ou de rosas,
misturem-se lírios da fraternidade.
Agora, eleve seu olhar aos céus da sua cidade, observe que há fosforescência de
alguns astros que sem interromperem ciclos, palpitam, vibram, perambulam em vias
certas do Universo.
Nesse momento, abrem-se e correm céleres as nuvens negras que encobriam o céu,
parece recolhem-se numa ânfora invisível, anulando o desconforto que havia no caminhar por
aquelas alamedas floridas.
No profundo anseio e suavidade da minha evocação, ali, pertinho de mim, está
nesse momento um céu bordado por milhares de estrelas que faíscam como que numa
redenção, afastando as
sequelas deixadas pelo tristonho entardecer.
Que não mais surjam Cains na humanidade mas, tolerâncias e arrebóis de flores em
todos os horizontes.
E
para nós, que temos o Cruzeiro do Sul intensamente palpitando no infinito, que
polvilhe matizes verdes da esperança, azuis como as águas dos mares e rios,
amarelos da fartura e brancos da paz!!!
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