Pôr do Sol em Apucarana

 


 

No decorrer da vida, encontram-se tantas e tantas pessoas que nos encantam e, tornam-se amigos para todos os momentos.

As dificuldades enfrentadas por Lucinha quando resolveu residir e trabalhar em uma cidade desconhecida e sem referência de alguém conhecido, causou muita ansiedade...

Felizmente, nunca pode dizer que não contou com o auxílio de pessoas boníssimas que continuaram amigas, mesmo com o passar de tantos anos, longe daquela cidade tão encantadora.

Diz ter, a maior gratidão pelas colegas de trabalho e aí inclui a Diretora da Escola onde assumiu sua primeira função, numa escola pública do norte do Paraná, a de professorinha de crianças do início da alfabetização.

Esse primeiro emprego tão distante da cidade em que nasceu e foi criada, trouxe a expectativa de encontrar nas crianças que seriam seus alunos, o sorriso e olhar da filha que deixou com sua mãe, isso porque, casa para alugar, naquele momento incerto, estava fora do orçamento salarial.

Quanta saudade sentia daqueles olhos azuis e das mãozinhas tão pequeninas que seguravam seus cabelos!

Não poderia deixar de lembrar com saudade da Nenê, um anjo, que diariamente chegava até o portão da sua casa, levando um prato de doces da confeitaria da pracinha. Atrás daquela mulher de uma bondade extrema, vinham os cães abandonados pela cidade. Benfeitora dos animais sarnentos e esfomeados, ao voltar do trabalho, comprava uma almôndega bem grande para cada um deles, no boteco do seu Preto.

 

 

Festa da cerejeira em Apucarana

Essa missão tão linda de cuidar dos ferimentos dos bichinhos, levou até os últimos dias de sua vida. Lucinha jamais esqueceu aqueles momentos de extrema emoção.

Assim, no envolvimento da vida tão corrida, do percorrer ruas cobertas de terra vermelha, do pó que infiltrava-se em cada poro da pele, da saudade tão dolorida, das viagens de final de semana pra rever filha e familiares, teve a grata surpresa de ser convidada para deslocar-se a outra cidade mais ao sul, pertinho da Capital.

Que alegria em poder residir numa cidade, onde as famílias com quem vizinhava tinham origem dos povos vindos da Europa, mais precisamente da Itália. Que gente maravilhosa e linda de coração!

Não deixa de recordar quando vai até o mercado de frutas e ali vê vidros de compotas expostas nas vitrines. Que saudade imensa do doce de gila ou outras frutas, feitas pela dona Irene.

Saudades também dos jogos de víspora aos sábados, em sua casa aconchegante, onde com um lindo sorriso recebia amigos e oferecia aquele café em estilo colonial. As tortas e bolos que mais alguém levava eram motivos para troca de receitas!

Quantos vizinhos a agradecer, pois bem cedinho, lá estavam as Sras. Ida ou Conceição para levarem até suas casas a criança mais nova para que ela pudesse atender seus alunos com tranquilidade, sabendo a sua menina estar bem cuidada.

 

Porcelanas de Campo Largo

Ao mudar de residência, o coração fica apertado pois como faria agora que longe estão suas amigas? Mas como sempre, dos céus uma luz pela Si, amiga de alma e coração, pelas tias que passou a incorporar como suas  também, e as simpáticas Glaci, Ivonete e Ivete.

O revezamento era constante entre elas.

Também não esqueceu da figura franzina da falecida diretora, pessoa a quem muito estimava.

Conviveu por 5 anos naquela acolhedora cidade da porcelana e do azulejo onde fez amigos verdadeiros, mais que isso, irmãos!

Mas como tudo tem um começo e um final, um qualquer sem o menor senso de responsabilidade, talvez querendo aparecer ou ter proveitos em época eleitoral, resolveu perseguir funcionários que julgavam não terem simpatia por candidatos a quem eles beijavam os pés, sempre tentando uma boquinha. Politicamente os transferiu.

Essas injustiças no campo político era prática comum à época e incluiu Lucinha e o marido numa listagem nada pequena. Tristezas? Muitas. Desencantos e alegrias? Também.

Felizmente, a atitude dessa gente que se curva ante ideologias, partidos e seus caciques, tende a deteriorar com o tempo, e tudo vai se encaixando como um grande quebra-cabeças traçado pelo Criador maior que a tudo vê e anota. Vem a recompensa... promoção meses depois.

Foi a forma de mostrar àqueles insensatos que, o que vale na realidade é a competência e profissionalismo.

 

 

Museu do Mate em Campo Largo

No contexto geral, uma coisa muito estranha aconteceu pouco tempo passado desse episódio. Os mesmos insanos e insensatos, desumanos até, algum tempo depois, vieram desculpar-se, pedindo o retorno pois não suportavam os novos ocupantes dos cargos que eles mesmos lá colocaram... Que lição, não?

Retornar nunca mais... quanto amor passou a ter pela cidade e das gentes de cá. Que paisagem mais linda a do rio que banha a cidade e as músicas ouvidas na madrugada, vindas dos violeiros e suas serenatas!

Que dizer do canto e vôo mais lindo da passarada quando aconchegavam-se nos galhos da perobeira imensa, no terreno ao lado da Casa Paroquial.

Quantas pessoas especiais teve na caminhada pelo interior, porque deixaram a certeza que mais vale ter muitos amigos do que uma função de relevo, geralmente temporário e inútil.

Por tudo isso, olhando o firmamento de um azul celeste com nuvens tão brancas como os flocos de algodão, pensa que o mais importante foi o de ter o foro reconciliador, deixando as banalidades no breviário dos tolos incoerentes.

Por tudo e em tudo, a justiça divina coloca sua espada em favor daqueles que na inocência e candura, têm como guia... a paz no coração e a serenidade na alma!

 

 

Memorial Polonês em Araucária

 

 


 

 


 


 

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Fale com a autora:  lyzcorrea@hotmail.com


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