Diariamente quando abro a janela do meu quarto pela manhã, procuro ver quais
passarinhos estão por perto nas árvores, nos muros e nos telhados próximos a
minha casa.
Uma mania diária, que mesmo estando quer na praia ou em viagens, repito e
entristeço se não encontrar aqueles fofinhos mais inquietantes que já vi neste
mundo!
Delicados, sensíveis, a uma leve batida, seus corpinhos estremecem e raramente
saem ilesos... perecem.
Dias destes, escutei um ruído diferente na porta de correr da cozinha, e qual
meu espanto quando na divisão dos vidros superiores com os inferiores debatia-se
um colorido colibri.
Naquele momento fiquei deveras emocionada porque por essa ave devoto extrema
admiração e carinho, são lindas quando os raios do sol iluminam suas penas
multicoloridas!
Aquele bichinho mais encantador naquele momento só pensei em salvá-lo e não
pensei em fotografá-lo assim pertinho de mim.
Depois, com ele entre meus dedos, procurava não mover evitando magoá-lo.
Aquela criaturinha deveria estar assustada longe dos seus e naquele local
desconhecido com alguém tão pertinho mas estranho para ele. Observei que não
tentou soltar-se das minhas mãos.
Andei calmamente até o muro da casa vizinha pensando... se ele não puder voar,
pelo menos não cairá no chão onde a laikinha curiosa, tentava cheirar o
danadinho.
Mas, ao abrir meus dedos para que buscasse a liberdade ele parou, olhou-me
virando a cabecinha e... foi-se aconchegando no beiral à sua frente e de lá
ele me olhava como se dissesse... obrigado Rose!
Que lindo o colibri... mais um beija-flor que bate à minha porta assim de forma
tão inesperada... voe por esse céu mais lindo e azul de Guaratuba.
Você... pequenina ave encantada... espero seu retorno em breve, busque nas
palmeiras e nas árvores da serra do mar um recanto para construir seu ninho,
crie seus filhotes, deixe irem em busca do desconhecido... mas
que retornem... eu estarei aqui... a os esperar!
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