Acabara o Universo de receber uma esfera formosa, decorada com belezas,
esplendores, mares, florestas verdejantes, luar brilhante até soberbo, prateando
planícies e colinas banhadas pelos ventos e brisas, que aconchegavam-se por
entre os campos coloridos de flores perfumosas, tudo envolvido pelos gorjeios da
passarada!
Em toda essa multiplicidade, faltava na obra um toque especial, algo da alma do
supremo artista que moldou o Infinito, culminando em colocar grandiosidades ou
pequenos rouxinóis.
Ali e acolá, uma florinha em botão tenta desprender-se e aflorar para a vida,
surgindo mais colorida e perfumada!
Em todos esplendores, aquele olhar percorria avidamente todos os espaços ,
observando em cada curva do caminho, ou na plenitude espacial que, algo faltava,
talvez um guia, um não sei o quê.
Eis que num estalo, pensou em retirar das flores um pouco do seu perfume, das
relvas e matas o verde que lhe mostrava esperanças, do dourado dos raios do sol
fez surgir o amanhecer, e, das sombras das nuvens refletidas no solo, criou o
crepúsculo!
Logo, logo, ainda refletindo sobre o que poderia mover essa esfera mais
perfeitamente, uniu isso tudo em um grande laço, onde os nós não magoaram o que
desenhara habilmente, algo em forma de botão de flor, porem invertido, surgindo
um coração.
Regou os espaços internos com um fluído carmim, forçando esse então pequeno
complemento a mover-se lentamente, e, a cada estímulo, mais fortemente batia.
Que ser seria esse, que moldou essa máquina fantástica e nela colocou o que era
necessário?
Não! Nem tudo estava perfeito ou terminado.
Faltava algo que tivesse outra forma, que não fosse como as nuvens que bailavam
nos céus. Olhando rios e mares, criou como que com uma varinha de condão o que
deslizaria pelas águas e, ai, surgiram os peixes.
E, agora? Pensou!
Idealizarei aqueles que terão além de um coração, ... Alma!
Aquela mágica varinha de condão eram mãos criadoras, mãos de um artista mor,
aquele que na formação esplendorosa em meio a luzes faiscantes, aterrorizantes
até, a todo momento fazia surgir novos elementos nesse esfera toda azul.
Agora tudo perfeito... Eis a criação máxima... um esqueleto com partes onde cada
uma terá função especial.
Dá um sopro suave naquela escultura e, ao seu lado, começaram a pipocar
pequeninos seres. Seriam seus companheiros de cada dia, de todos os momentos,
que com eflúvios santificados, não apenas dariam afetos, prazeres, alegrias,
companheirismo, trocas afetuosas, mas amor incondicional, aliados aqueles
coloridos madrigais!
Mônica, Fernando, Sergio, Gema, Elisa, aquele raio de Sol chamada NINA, menina canina
linda, as lágrimas ora derramadas, transformar-se-ão em lembranças douradas,
sonhos realizados pois nos seus caminhos, houve com ela fartura de carinho e
amor, não foram sedentos em um deserto, foram viandantes, fartos nas trocas
espirituais, nos anseios comparáveis à cristalidade das as águas dos regatos e
das cachoeiras!!!
NINA... no completo silêncio do agora, há apenas seu suspirar tranquilo, calmo,
criança rosada e loura, ouça o murmúrio das asas dos anjos celestiais, adormeça
querida menina, adormeça assim... pertinho de nós! |