O mundo todo em festa, chegou mais um Natal.

Todas as pessoas como crianças, almas juvenis, esperam coloridos pacotes de presentes, presépios, árvores com laços azuis, bolas e bombons prateados, dependurados por finos fios de cetim.

No entardecer, quase num crepúsculo, a nostalgia chega vagarosamente e a lembrança por aqueles que não mais estão conosco, se foram com as sinfonias, ficando apenas as saudades como as nuvens insondáveis, fluem num crescente resplandecer as novas alegrias e esperanças.

É no sorriso das crianças à espera do Papai Noel que o céu fica todo iluminado... no rasgar os papéis coloridos e enfeitados com largos laços brilhantes que vale a pena sorrir.

Na candura delas e no abraço gostoso, tímido, anunciam o fim da festa. Mais um natal que se vai...

Chegada em casa, abre-se a porta, um vazio! Percorridos os aposentos, procura-se por detrás de cada móvel, por debaixo das camas, no quintal, nada!

Na voz embargada clama-se... Laika... Laika... Cadê você ?

Silêncio, nenhum vulto, nada, no sofá a meditação...

Como poderia ter sumido a nossa menina se todos os vãos da grade são fechados por tela grossa?

Espanto ao ver rente à parede a tela afastada e fixada na vareta de ferro, um mínimo espaço inacreditável como pode por ali passar, a suspeita que mãos humanas a levaram.

Quatro horas da manhã, tenta-se ainda uma resposta lógica.

Bem cedinho, percorre-se ruas do bairro, inquirindo os poucos caminhantes e relata-se o ocorrido.

Procura-se por um cão sofrido, já atropelado, salvo, amado, nesses momentos, até os ateus pedem socorro a Deus que dizem não crer.

Uma lembrança, quando em Roma ouviu-se e a narrativa sobre o santo das coisas perdidas... São Longuinho. Pede-se socorro a ele! Que indicasse qual o caminho, quais as ruas a seguir, que rumo tomar ante tantas encruzilhadas, várias tentativas tomadas e... intuitivamente ou guiados, percorre-se alguns quarteirões e um anjo negro, um segurança em sua moto, nos sorri.

Conta-se o ocorrido sem especificar rua e número da residência... apenas a indicação de ser próxima de uma pracinha onde há uma linha de ônibus...

Quanta bobagem... que pracinha? Que rua onde passa ônibus se são várias?

Nenhuma notícia da Laika... Por alguns momentos doloridos imagina-se o que estaria passando em mãos alheias, quiçá acidentada novamente!

Mas eis que, um carro prateado para em frente nossa casa. Uma moça loira risonha diz... Sua cachorrinha está lá em minha casa, sorrisos e a incredulidade. Foi coincidência ou milagre?

A jovem declarou nunca haver passado pela pracinha e rua citada apenas perguntou àquele segurança que também nunca vira... Se alguém procurava por um cão e ele limitou-se a informar o que sabia... uma pracinha... uma rua com ônibus.

No passar vagarosamente, um carro está a sair de uma garagem... meu genro que iria almoçar com sua mãe, em outra cidade... por segundos os dois cruzam-se... A moça pergunta se sabe sobre um cão perdido... era a Laika... que anjo forte tem essa pequenina menina mais linda! E eu também rssss.

Mas o ocorrido é algo que foge à compreensão humana, porque a moça loira resolveu sair do seu condomínio e ir verificar pela rua se encontrava alguém atrás de um animalzinho peludo?

Por que dirige seu carro onde também está o motoqueiro com quem falamos? Quanto mistério!

Por tudo isso, podemos deduzir que nem tudo está perdido e que confiar ainda é um grande bem.

Quanta alegria em ver novamente aqueles olhinhos cor de mel que fitam com doçura?

Quanta alegria em pode passar os dedos por entre seus pelos sedosos. Quanta alegria em estar ao seu lado... quanta alegria em saber mais uma vez que ter fé é a coisa mais sublime deste mundo.

Agradecemos com lágrimas nos olhos pedindo desculpas de sermos muitas vezes tão céticos e pouco crer.

“Entre o céu e a terra há tantos mistérios que nossa vã ignorância não alcança jamais!”

 

 

 

 

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