Falar em
momentos é algo tão difícil quanto analisar aquela abelha que voa bem longe,
buscando um telhado ou um galho para ali formar sua colméia.
Se há solidão,
é porque longe se está de pensar mais em nós.
Se você foi mais um ouvinte daqueles que difíceis de
compreender seu papel na vida e apenas o viram como se fora uma folha em branco
num caderno todo escrito de canções.
Nessa coisa de
analisar ao seu redor, perde-se o senso de observar atitudes que ferem,
maltratam esquecendo-se dos sinais de desamor, desrespeito.
Para conviver
num mundo como o atual, onde há falta de bondade, percebe-se atos de candura e
retorno daquele vento suave que chega beijando sem machucar.
A verdade
jamais deixa de aparecer, ela surge e floresce de uma maneira tão sublime que
até nos assustamos pela realidade. Se mostra que tem uma vida toda pela frente e
não teremos de parar de amar, é dizer, sinta sim saudades, mas como o coração é
um grande músculo que bate, bate, rebate jamais cansará de avisar, olha isso não
é um presente, é um alerta.
Mesmo que
aquelas saudades jamais deixem de magoar um coração, ele não pode parar de bater
e nesse movimento compassado, procura dar o tempo necessário para reencontrar a
si mesmo.
Se falar com
seu coração, diga que foi tolo porque apaixonou-se por um olhar, por uns
instantes sonhou demais.
Diga que amou
um alguém, e era uma noite sem luar, sem estrelas, sem nuvens no céu.
Diga que amou
sem saber se era verão ou primavera porque só via flores coloridas e perfumadas
à sua frente.
Diga que amou
um alguém que o encantou por algum tempo, mas que tudo desabou naqueles momentos
onde tinha pressa em querer bem e não foi desejado.
Diga também que
no final da somatória nada adicionou, apenas diminuiu, e sem memória sem
fragmentos de saudades, se vai.
Agora cada vez
que olhar para trás saiba que aquela nuvem negra que o acompanhou por muitos e
muitos dias e meses, deixou grandes ensinamentos como aquele barco perdido no
oceano que encontrou um porto seguro para nele ancorar.
Olhe para o
infinito azul do céu, observe aquela andorinha que vai e vem fazendo rodopios no
ar, o que ela está procurando? Certamente ela busca apenas a liberdade.
Aquela imagem
que colocada está no espelho do seu quarto, desinstale-a e insista em abrir
aquele outro embrulho que está envolto com fitas acetinadas tendo em seu
interior um grande e novo coração.
Agora não tenha
medo de partir e sem olhar para trás, caminhe sempre em frente.
Fixe aquela
pequena foto num canto da estante e não se penalize por aqueles momentos onde a
intenção era simplesmente colaborar.
Não pense nos
medos, nas fantasias, pense na realidade que está à sua frente, mas mesmo que se
vá para nunca mais retornar saiba que as cenas da peça do teatro terminaram e as
luzes do palco apagaram-se para sempre!!! |