Olhando para um céu todo azul
Onde passam nuvens saltitantes
Muito brancas e fofas
Venho escrever
Recordo de tantos e tantos momentos
Onde encontrava-me comigo mesma
E os pensamentos diluíam-se
Pouco a pouco
Olhando para o céu imaginava
Serem os passarinhos privilegiados
Em terem todo aquele espaço
Só para si
Por que apenas eles teriam asas
Para intercalarem-se
Entre o céu e a terra
Como únicos todo poderosos?
Olhando para o céu
Trago até mim
Fragmentos de ilusões
E tantas decepções
Numa noite reveladora
Onde não havia calma nem paz
Todas as estrelas olharam para mim
E tão serenas e azuis estavam
Que alojaram-se em mim
Como aquele navio que singra
Os mares revoltos
Nenhum desafio mais existe
Estou só em meus pensamentos
Como pobre tripulante
Parto no frágil escaler
Enfrentando a impetuosidade
Das vagas da vida
Sem naufragar, as máscaras
Dos tripulantes vão caindo
E o que sobram são
A perfídia e insânia
Olhando para o céu tão belo
Profundo com seus mistérios
O contemplo como um pavilhão sagrado
E na última inspiração sublime
Bendigo as luzes que dele veem até mim!
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