Aquele dia tão belo, com um céu todo azul, olho para o firmamento e recordo dos
dias ensolarados da minha cidade, agora tão distante.
Taxi nos deixa à posta do hotel todo envidraçado, uma construção antiga inca
restaurada e modernizada.
Pensei. Agora tomo aquele banho quentinho, estico-me na cama fofinha e relaxo
vendo algo na TV.
O saguão bem decorado recoberto de vasos florais e arranjos perfumados.
Elevador chega, desço no quinto andar e com cuidado percorro o longo corredor
com decoração de artistas incas.
Coloco a chave na fechadura e a porta entreabre -se lentamente, como que dando
um tempo para eu adentrar no aposento.
Ouço uma voz sonora e forte, mas com docilidade que diz: cansada brasileña ?
Viro-me.
Tentando falar o pouco que aprendi do idioma espanhol, respondi: no... no... me
encanta algunos ciudads de Peru.
O hotel todo envidraçado, era tudo que de belo poderia se esperar naquela
capital encantadora. Mas ouvir alguém abordar assim no silencio de um corredor
quando absorto estamos, é algo de muito especial!
Aquele tom de voz, parece ficou nos ouvidos a esperar outras palavras gentis,
quando o cavalheiro esbelto e forte, começa a fazer perguntas sobre algumas
cidades brasileiras porque, pretendia visitar nosso pais em breve.
Pensei rapidamente que não devemos dar atenção a estranhos, principalmente
quando em viagens ao exterior, afinal não sabemos quais objetivos estão por trás
de atos de civilidade e fineza.
Porém foi algo tão forte, que calei-me estática por alguns segundos, fitando
aqueles olhos que profundamente penetravam também nos meus!
Escutei apenas poucas palavras porque estava a pensar, o que tudo aquilo poderia
ou queria dizer-me.
Seria obra do acaso? Algo do cosmo? Ou aquele alguém que se espera por toda a
vida e ali está a sua frente de maneira tão encantadora e até arrebatadora?
Logo observei ao virar-me, para ver ser alguma amiga de viagem apareceria para
ali comigo permanecer, que o homem encantador aguardava pessoas, e segundo ele,
alguns companheiros de viagem.
Aquela porta aberta do apartamento de hotel, mostrou uma mesinha junto a porta,
um computador com tela imensa que continha continentes e mares, um mundo que com
o indicador se tocasse, céus brilhantes forrados de estrelas apareciam de forma
gigante e bela.
Educadamente disse: mire... su ciudad onde está?
Apontou para o computador, pegando minha mão colocou-me frente o aparelho, tendo
a curiosidade em saber a posição dos estados mais importantes do meu pais,
inclusive o meu.
Mostrei-lhe em quais já residi, o qual nasci e os demais do seu interesse.
Oh! Exclamou... Paraná... das Cascadas del Iguazu?
Si, soy muy feliz de estar en mi estado esta maravillosa Cascada.
Foi tão gostoso nosso bate papo sobre onde nascemos e vivemos, nosso trabalho,
nossa vidas, que o tempo passou célere e chegando seus companheiros de viagem,
nos despedimos carinhosamente, como se há anos fossemos amigos, dizendo-me ele
estar aborrecido por ter de partir era sua missão levar pessoas a outros locais
do mundo, mas que minha lembrança teria numa foto e no coração, e, um dia
voltaria para visitar-me!
Isso ainda não ocorreu, mas quase diariamente manda noticias, onde está, o que
faz, diz das saudades, e que em breve aqui estará.
Lindo isso tudo não?
... CONFISSÃO... PER QUE???
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