Dizem que a natureza de tão esplêndida que é, podemos compará-la a um altar, com santos e anjos, adornada com as mais lindas flores coloridas.

Apresenta grandes espetáculos como a aurora boreal, as marés, o cintilar das estrelas, o azul do céu, a beleza das aves, o murmurar das cachoeiras e regatos, o cair da chuva nos telhados e nos campos, tudo resulta numa grande sinfonia ou quiçá, apenas numa linda melodia!

Podemos dizer que em cada som, cada ruído, ou mesmo estrondo, tudo, reverte-se em emoções, seria como súplicas que no passado, destinavam-se aos deuses.

As emoções mudam de acordo com os tempos.

As descobertas também.

Estava a observar fotos de um PPS, com as paisagens consideradas as mais belas do mundo. Umas de mares, impressionavam pela força das ondas arrebentando no meio do oceano, ou frente às areias das praias.

Figuras de vulcões extintos, tudo negro ao redor, rochas retorcidas, matas petrificadas, mas tudo tem seu significado e razão.

Outras, apresentavam cenas de animais selvagens, em momentos de ternura com suas crias e companheiros, além das que revelavam harmonia entre raças distintas.

A que impressionou-me deveras, foi uma foto onde uma mãe africana, alimentando seu filho e um macaquinho ao mesmo tempo.

Partindo das imagens reveladoras de um momento, de uma época em determinados locais, veio-me à mente que a humanidade alterou seus hábitos de vida tão repentinamente, que assusta.

As crianças das grandes cidades não convivem com essa natureza tão citada em prosa e verso. As brincadeiras não utilizam objetos que nós e nossos antepassados construíam para brincar.

São os aparelhos eletrônicos tão em voga e lançados numa sucessão de pequenos detalhes que em um mês, muitas vezes, já estão obsoletos. 

Vemos que nossa juventude não explora as redondezas onde vive.

Nesse vaivém de pensamentos, lembranças, comparações, recordei alguns momentos da maior beleza, sobre uma cidade onde no passado os moradores viviam felizes e livres. Hoje, pujante, linda, ecológica, mas com todos os problemas das cidades grandes. Trânsito intenso, ruas abarrotadas, favelas nos arredores, drogas, crimes.

Paralelamente, procura tudo que a modernidade exige.

Avenidas largas, rápidas, viadutos, passarelas.

Que sobrou daquela Curitiba do passado?

Contava minha sogra, a sempre lembrada dona Elvira, que, quando criança, morando no setor histórico de Curitiba, nas proximidades do relógio das flores, mais precisamente onde hoje estacionam os motoqueiros aos domingos na feirinha, que com a meninada, brincavam nos túneis existentes por debaixo desta praça.

Eles ainda existem e são objetos de estudos.

Sorrindo lembrava os longos trechos percorridos, hoje obstruídos pelos pilares de cimento dos imóveis da região. Nunca soube onde eles terminavam e o porquê foram construídos. Eram na realidade, proibidos de lá adentrarem, por ser perigoso, diziam os moradores da cidade.

Naquela época, era comum assustarem as crianças com certas lendas e mitos. Por exemplo, num casarão que existia na Praça Zacarias pertencente à Maçonaria, lhes era dito por parte dos que desconheciam essa entidade, que era coisa do diabo... rsss...

Mas, na sua família, isso não era comentado dessa maneira, pois seus membros faziam parte dela.

Contava que um tio, funcionário da estação ferroviária, recebia do Imperador D. Pedro pelo telégrafo, ordens para que fossem repassadas aos homens mais idosos, quando da guerra do Paraguai.

Eram informações secretas, guardadas a sete chaves.

Que coisa mais linda e eu, ignorante, não tive o “insight” em perguntar sobre mais fatos pitorescos e históricos daquela época em que ela viveu e de valor inestimável para nossa cultura.

Muitas vezes a história é registrada de boca em boca!

Também era comum a juventude e os senhores reunirem-se em determinadas noites, para tocarem seus instrumentos musicais.

Muitos faziam parte das bandas da cidade e era sempre uma alegria.

Adoro recordar fatos que tive conhecimento, através aquela senhora.

Há fatos interessantes que sua família desconhecia, e por acaso tive conhecimento. Quando ela já bem idosa e com a memória um tanto prejudicada, recordava e repetia para mim que a escutava pacientemente. Falava com orgulho que um tio, Teixeira Soares, um dos projetistas da estrada de ferro que liga Curitiba ao litoral.

Agora que completei essa crônica me perguntei... nossa, comecei a falar em natureza, belezas e terminei em lembranças sobre fatos de uma cidade chamada... Curitiba!

 

 

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