Quando a noite 
  chega... a Terra escurece.
  
  O Sol se foi... 
  Lâmpadas iluminam todas as Praças e Avenidas das cidades.
  
  Nos lares... 
  alegrias pela família reunida ao redor da mesa.
  
  A toalha branca de 
  linho da vovó... nos remonta ao passado... e... quanta recordação gostosa.
  
  Nós... seus 
  netos... vivíamos por lá a correr pela calçada junto ao armazém... colhendo 
  nos ninhos os ovos... que ela não admitia que outros netos... nele 
  adentrassem.
  
  Eu com meu 
  aventalzinho de algodão... ia com ela... e que alegria ao ver as galinhas 
  chocando... ou os pintinhos... nascendo.
  
  Adorávamos tomar 
  capilé, feito com groselha de framboesa e água geladinha tirada do poço... do 
  quintal!
  
  O jardim da casa 
  dos meus avós era junto com o pomar, apenas o jardim ficava na parte frontal
  
  
  Ali uma grama 
  esguia... cobria as margens dos canteiros de hortênsias, copos–de-leite e 
  margaridas... dando um toque romântico perto do jirau coberto pelas gloxínias 
  em flor!
  
  Arvores frutíferas 
  a cada ano... faziam com que vovó cuidadosamente... cortasse os frutos em 
  fatias e os secasse numa folha de zinco no telhado do sótão... sempre envoltas 
  em tecidos brancos.
  
  Uma parte das 
  frutas seriam para a sobremesa... outra para os doces feitos no tacho de cobre 
  ou colocados em recipientes de vidros... em compotas saborosas.
  
  O que nós crianças 
  adorávamos... eram os doces de abóbora e figos em calda... ou cristalizados.
  
  Como nossa infância 
  era rica em conhecimentos e aprendizagens... tudo no seio de uma família 
  simples mas bem estruturada e feliz!
  
  Tivemos infância... 
  brincamos de pés no chão... amassamos barro com eles... corríamos por entre as 
  águas límpidas das valetas do bairro Rebouças.
  
  Aos domingos... 
  íamos a missa na Igreja do Coração de Maria... onde fiz minha primeira 
  comunhão... e casei-me.
  
  Muitas vezes 
  cantava no coral... e adorava.
  
  Naquela época não 
  existia aquilo de bater o pé e desejar algo que os adultos... consideravam 
  inapropriados a uma criança.
  
  E... por tudo 
  isso... nunca esqueço os dias de minha infância... quando brincava de pular 
  corda... caracol... cantigas de roda com amigas e primas... e como toda menina 
  que se presa... às vezes jogávamos bolinha de gude com dois primos que eram 
  como irmãos... ou víamos eles colecionarem as figuras das balas Zequinha... e 
  jogarem peladinhas de futebol com bolas de meia... com a garotada da 
  vizinhança.
  
  Como diz a estrofe 
  de um verso... que espero recordar: ...”ai que saudades que tenho... da 
  aurora da vida... da minha infância querida... que os anos... não trazem 
  mais!!!“