Este conto
ganhou MENÇÃO HONROSA no
XVII Concurso Nacional
de Contos e Crônicas da
APLA - Academia Ponta-Grossense de Letras e Artes de
2016
Lindos vales onde as montanhas
nevadas no inverno cobrem-se de brancos mantos gelados e nos dias ensolarados,
bosques de arvoredos verdejantes embelezam a paisagem fantástica, mostrando que
ali convivem seres humanos com os da vida selvagem, desafiadora tanto quanto
perigosa.
Nessa parte de
um mundo diferente e magnífico, em certas épocas é tão hostil à sobrevivência
humana, quanto a de todos da fauna ali existente.
Com todas
adversidades que fatores climáticos e geográficos impõem, muitas aldeias
vislumbram-se por entre os grossos troncos dos ciprestes e pequenas casas de
lenhadores e caçadores são erguidas em madeira, iluminadas à noite debilmente,
deixando aquela paisagem bucólica.
Numa daquelas
pequeninas casas de troncos de árvores superpostos, vivia um rapaz com seus pais
e alguns cães de olhos azuis expressivos quanto irrequietos.
Diariamente
seu grande prazer era caminhar pela floresta e com sua máquina fotográfica,
esperava captar imagens interessantes para postar aos amigos e chamar a atenção
de todos para fatores que estão gradativamente destruindo o planeta.
Assim pensava
e, após cansar-se pelo esforço a cada passo dado, retirava os pés calçados com
pesadas botas afundadas na neve que cobria o solo, e suspirava.
Não
preocupou-se com algum perigo e adentrando mais profundamente na floresta, à sua
frente avistou aquela que era temida por caçadores e lenhadores... uma ursa com
seu filhote.
Ai que
tremendo susto! Que fazer... Correr? Subir numa árvore? Enfrentar a fera?
Parou... ficou
estático... evitava até respirar, não tinha um pedaço de lenha que o pudesse
defender-se de um provável ataque.
Não fitou o
animal nos olhos, pois diziam os antigos moradores que esse ato de olhar nos
olhos de um animal valente e feroz, seria como um desafio, e ele podia atacar.
Nesses
segundos um fato especial ocorreu.
Pousado num
galho bem próximo à sua cabeça, um vulto com longas asas, bico adunco e unhas
fortes, observava a cena. Nesse mesmo instante a ave sobrevoou por sobre a mãe e
seu filhote, não numa atitude agressiva, mas parecendo dizer... sai... vai
embora...
A ursa deu uma
volta sobre seu corpo e partiu com o pequenino que certamente nada entendeu.
O rapaz ficou
a observar aquela criatura que o deixou deslumbrado!
Ali estava um
ser interessante, que inquieto por várias vezes deixou aquele galho, indo para o
além e depois retornava parecendo feliz.
Rapidamente
identificou ser um falcão que, segundo leituras que havia feito na biblioteca da
escola, é uma ave que desenvolveu voos mais velozes que qualquer outra, a
diferenciando dos planados das águias e o acrobático dos gaviões.
Por ter uma
plumagem azul acinzentada com uma coroa negra na cabeça, é instigante fotografar
essa espécie tão cativante que ao abater uma presa, alcança velocidades
altíssimas, incomuns, que com o impacto causa a morte rápida da presa.
Absorto ficou
o jovem por vários minutos, observando quão inquieto o falcão estava, deixando o
galho que o abrigara, indo para longe e retornando a
esse mesmo galho.
Mais adiante
sorriu com as brincadeiras dos patos selvagens que no lago de águas geladas,
mergulhavam ora para cá, ora para lá, voltando com um crustáceo no bico.
Arrependeu-se
vendo aqueles pequeninos tão distraídos e libertos naquelas águas benfazejas, e
ele anos passados, tinha o péssimo hábito de com alguns amigos, ir abatê-los.
Mesmo que
agora mais precavido, depois do susto com os ursos, se deu conta de estar longe
de casa e numa área onde lobos viviam.
Concluiu:
Não somos
aves, mas como elas, temos desejos de singrar os ares.
Existe sempre
um novo dia, um voltar do sol, um retorno dos amores, alegrias e felicidades.
O homem
deveria renovar-se a cada dia, a cada ano. Renovado poderia mudar hábitos, em
ser caçador vitorioso, exterminador da fauna e também da flora...
Crianças que
ouvem essa narrativa, saibam que admirar tudo que temos ao nosso redor não nos
dá o direito de destruir.
Existem seres
sociáveis e outros não, são os que dizemos selvagens, mas todos têm
necessidades, oportunidades, e devemos respeitar e preservar.
Será que os
animais, as aves, são como os humanos que teem sentimentos e esperanças?
O homem não
possui asas visíveis. As suas asas são as vitórias, a fé, os sonhos, as
venturas, indo sempre além em busca de algo mais.
O rapaz
envolto em seus pensamentos resmunga baixinho analisando que o homem deve buscar
uma renovação não só espiritual, mas corporal também.
Com as flores
e seus coloridos e perfumes se unam à melodias, à aragens, pois tudo faz vibrar
e palpitar a natureza como o cristalizar das estrelas dos céus.
Espera assim o
jovem andarilho dos morros e dos bosques, um resplendor de luzes, muitos amores,
e redenção!
Assim, absorto
nos pensamentos, sentou-se numa pedra, retirou seu pesado casaco de lã, olhou
para o céu que muito azul, mostrava nuvens tão andarilhas quanto ele dançando ao
sabor dos ventos.
Ali à sua
frente, o falcão que pousara naquele galho do arvoredo, partia num voo
solitário, singrando todos os ares, percorrendo vales e montanhas, como que
buscando algo.
O rapaz
retorna à casa de troncos de madeira e junto ao fogão que ardia em brasas,
serve-se de um café quentinho, senta-se numa poltrona e acaricia seus cães.
Naquele
momento sonolento do entardecer, fica meditando que a grandeza de tudo está na
infinita sabedoria do nosso Criador.
Deixe aqui o seu
recado para a autora
|
Pelo EnvioWebaguia |
Fale com a autora:
lyzcorrea@hotmail.com
Adicionar este site aos seus
Favoritos
|
Home
| Menu
|
Voltar |
|
Livro de Visitas
|
Desde 29.01.2010,
você é o visitante nº
Página melhor visualizada em
Internet Explorer 4.0 ou Superior: 1024 X 768
Copyright© A Gralha Azul - 2009 - Todos os Direitos Reservados
|