Num lago muito azul e cristalino, vivia um cisne.
Penas negras e brilhantes revestiam aquele ser belíssimo, que era a
alegria de quem visitava o parque encantado.
Milhares de visitantes movimentavam o povoado pequeno, promoviam o
progresso, porque rodeado por montanhas brancas cobertas pela neve,
aproveitavam para esquiar quando do inverno.
No verão, no entanto, o lago era uma atração à parte, porque nas
suas águas cristalinas, com imponência clássica, ele, o cisne
negro, deslizava suavemente e tornava-se tão encantado, quanto o
local.
Quando os raios do Sol apareciam longe no horizonte, suas negras
penas brilhavam mais intensamente e de tal forma, que ao vir
deslizando dolente, todos os olhares voltavam-se para ele.
O espetáculo ali vivenciado, fazia com que todos participantes do
cenário encantador, reconhecessem que admirar o mundo, a natureza a
vida, seria pretender que tenham os homens a conscientização e a
certeza que todo e qualquer esforço para a preservação do que existe
nessa esfera toda azul, não seria impossível acontecer.
Os lagos e mares, quer na tranquilidade ou nas turbulências, trazem
uma infinidade de seres viventes, todos provedores do equilíbrio e
para a perpetuação das espécies em seus habitats.
Quando o negro cisne aproxima-se, um silêncio absurdo acontece e as
nadadeiras que singraram águas cristalinas ou não, descansam
tranquilamente...
Vez ou outra, com seu longo pescoço numa postura imponente, volta-se
e seu olhar vai para o além, talvez na esperança que junte-se a ele
um outro cisne, quiçá com penas alvas, iguais a dos anjos
celestiais, e possa ser a companheira tão esperada, almejada,
certamente, muito amada e, para todo o sempre!!!
Após alguns minutos naquele profundo silêncio, sem outros sons, ali
e acolá um piado, ah! É daquele pássaro repousante num galho do
arvoredo.
Mais além, no bosque recoberto por relva muito verde, árvores com
frutinhas atraem aves cantantes que com seus trinados e gorjeios
trazem à realidade que há privilegiados em poder presenciar cenas
tão encantadoras.
Se por um lado os da fauna revelam-se imponentes, lindos,
perspicazes, nós humanos, podemos resgatar toda uma história de bem
querer.
Saber ouvir mesmo que de longe aqueles trinados e gorjeios das aves
cantantes, pode calar e emudecer os que reconhecem que somos muito
pequenos para compreender esse sistema que simples, nos parece
complexo.
Quando ler esse, saiba que apesar de ter o contexto um roteiro e
conteúdo comum, ele quer dizer muito mais do que nas entrelinhas
expõe, chegando a um epílogo já pensado e imaginado.
Esse epílogo revela que cada um de nós traça seu caminho, delineia
seu perfil e espera o justificável.
Para alcançar a felicidade, são necessários muitos desentendimentos
até chegar-se a um acordo...
Muitas renúncias ocorrerão, até que haja harmonia, e, sem
dificuldades, surgirão carinhos.
Haverá romantismo naquele olhar lacrimejado e gotas dispersas
umedecerão o rosto.
Sentimentos serão revelados mesmo que não sejam proferidas palavras
pois a mensagem será compreendida, certamente.
Pode tudo falhar, todas as palavras sumirem, todas as juras
espairecerem-se, mas aquele olhar, jamais enganará!
Tal o cisne negro de penas brilhantes, garboso, imponente, deslize
pela vida, esparramando pétalas de flores pelos caminhos!