Seis horas da tarde! Não mais se ouve o badalar dos sinos no campanário da matriz.

Termina o ciclo do dia, e, inicia-se um anoitecer que no verão esboça aquele colorido laranja avermelhado.

Agora, é o anoitecer que bate às portas, vem coberto de brilhos prateados onde o mundo do outro lado, é visto todo azul!

A saída do astro rei, aquele monstro expandindo labaredas, dá lugar a uma mimosa e delicada esfera toda prateada que, imperará no céu imenso por horas e horas, incentivando os enamorados ao amor, e aos poetas no dizer com palavras a beleza de todos os sentimentos, de todos os desejos e de todas as belezas.

Que não caibam nas entrelinhas de uma folha de papel em branco, tudo que desejaria aqui dizer e retratar, pois do âmago à razão, chega-se ao coração!

Que não caibam aqui lágrimas das saudades sentidas, dos momentos vividos, das caminhadas de espinhos que não magoaram os pés, mas a alma.

Levantar o olhar até o Infinito e lá, escondidinho, vislumbrar numa réstia os sonhos almejados mas perdidos, porque longe de mim, jamais os alcançarei!

No alto, infinitamente distantes, irrequietos, estão meus pensamentos, não sei quais cores terão, creio azuis, róseos e amarelos, envoltos ao colorido dos pensamentos de cada parente e amigo que partiu, não em busca do fim, mas, do recomeço.

Que não se perca no vazio do Universo nosso bem querer, nossas bem intencionadas orações, nossas carícias sufocadas no ardente desejo de amar.

Nas alvoradas mesmo que tardias, não sejam prematuros nossos votos para que o crepúsculo leve nossos olhares, mesmo que demasiadamente distantes e longínquos, o desejo da compreensão, da harmonização!

Noites e noites de novenas, luzes, meditação.

Ave Maria! Cânticos a ela, desabafos da alma não por ser a figura e imagem que herdamos dos primórdios dos séculos, mas pela divagação do espírito.

Agora, no despertar dos sonhos não realizados, sem pena e canetas de ouro, mas, ouvindo clarins sonoros do anunciar, balouçam nossos corações e soluçam baixinho com as brisas, os mais nobres sentimentos.

Madrugada! Vem colorida como nas tardes lânguidas, onde o ocaso sonolento aparece quietinho, anunciando que o crepúsculo logo se vai e surge aquela noite emocionante, esperada, com anseios palpitantes, repletos de esperanças. Ave Maria, na tepidez do meu regaço, na sagrada e sublime evocação, desejo apenas dádivas dos céus para que continue nas minhas palavras, colocar nos poemas o melhor da minha existência.

Ave Maria... 18 horas... sublime e perfeita na emoção. 18 horas, nascimento quando fui mãe pela primeira vez... Ave Maria, os sinos na Igreja Nossa Senhora dos Remédios de Araucária badalaram... quanta ternura e emoção no choro de quem pela primeira vez sente em seus pulmões o ar entrar!!!

Joseli Maria... Marísia Maria... filhas, em seus nomes a homenagem a todos que as ampararam ao nascerem... médicos e irmãs... elevo o pensamento aos que seguraram minhas mãos e, nas dores, confortaram e sorriram!!!

Vidas que surgiram, iniciaram novos ciclos.

Vidas que partiram... iniciaram novo caminhar!!!

18 horas... o piar de um passarinho, o soar de um sino... o balouçar de um galho em flor!

AVE MARIA! AVE MARIA! AVE MARIA!!!

 

 

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Pelo EnvioWebaguia

 

Fale com a autora:  lyzcorrea@hotmail.com


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